Arbustos efêmeros de um fim de tarde
Pessoas tão frias
Vazias
Cheias de si e de nada
A perambular pela madrugada
Em seus pensamentos
Desejos, entendimentos
Como uma rosa alva
Que em meios de um turbilhão de cores
Desabrocha, cresce e morre sem ser salva
Alma sem dor
Sem cor
Sem amor
Como pudestes fazer de ti
Algo que não se compreende jamais apenas em si
Criação volupta de um ser sem proporções
Que ao bater da meia noite se esconde nos porões
Do teu eu mais íntimo,
Ínfimo
Mínimo
Talvez seja tarde
Mas tarde realmente nunca é
Se não se chegou o fim
A oportunidade ainda arde
E tudo corre como
Deseja o deus mortal
Sendo um vontade frágil
Mas de uma força fatal
Que por si só se contrói
Cria, cresce, não destrói
Pois é isso que se quer
E o que se quer
Se sonha
Se imagina
É algo que existe
Na mente de uma menina
A espera de um mágico de cartola
Que a tire de seu sono
E mostre a ela a vida lá fora