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Nômades




Tantos percorrem a vida
Sem conhecer uma rua.
Tantos felizes pela matéria
Que reveste a alma nua.
Tantos desesperados
Sem saber o que fazer
Com o afeto armazenado.
Tantos entristecidos
De viver a cada dia
Relações superficiais
Felicidade aparente.
Tantos com falsos sorrisos
Sufocando a amargura
De não ter o que fazer
Com  a infinita ternura.
Tantos abraçam o vago
Beijam o espaço etéreo
Constroem castelos na areia
Vagueiam  quais nômades,
Sofridos,
No deserto solitário.
Tantos com tanto pranto
Que não conhecem o canto
Que o amor vem entoar.
Tantos ensurdecidos,
Sem nada ter conhecido,
Apenas tendo vivido,
Relações superficiais.
Tantos percorrem o mundo,
Consomem as suas vidas.
Sem conhecer uma rua!




Ana Stoppa
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 19/04/2013
Reeditado em 16/01/2014
Código do texto: T4249132
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