Corujas
Trocam o dia pela noite...
Para fugir dos grilhões...
Embrenham-se nos açoites...
Nos golpes da escuridão...
Libertam-se dos medos...
Que residem em multidão...
Habitam entre dois mundos...
Na mais escura solidão.
Tendo a vida coerente...
Num breu de limitação...
Capturam a presa fácil...
Um presságio, com exatidão.
Uma realeza sua figura!
Discretamente procuram...
Espreitam a caça na imensidão...
Uma beleza em noite escura.
Uma ilusão para sua visão!
Têm facilidade em desaparecer...
Sua felicidade vem com o anoitecer...
Em plena madrugada é seu amanhecer...
Sempre acordada sem adormecer...
Só indo dormir ao alvorecer...
Tão cordata e sensata!
Sem desmerecer...
Faz acontecer!
Por merecimento...
Ou esquecimento...
Da permissão divina...
Para a ceia matutina!
Ser essa rotina desafinada...
Com os demais animais...
Roubar-lhe-iam a paz se fossem iguais...
Quando estes dormem...
Elas deixam seus domínios...
Como os felinos...
Nunca estão dormindo na madrugada.
Elas ficam paradas como hipnotizadas...
Sempre atentas sempre sedentas...
Com olhos e ouvidos no maior sentido
Sonhos reprimidos para serem vividos...
Só fazem sentido nas trevas da noite...
Capturam sua presa com destreza...
Uma realeza da floresta...
Sua nobreza é um mistério...
Um revertério da natureza...
Um agente um lugar...
Uma pressentimento ...
Um luar...Um olhar precioso...
Jeito sorrateiro e silencioso...
Um voo ligeiro...Um mergulho certeiro...
Capturar!...A presa para o seu jantar...
Para lhe apetecer...
Para lhe saciar a vontade que sente...
Em desfrutar e realizar...
Seus pios por muitos ditos agourentos...
Enganoso desatino... Só um pio nervoso...
Gostoso de ouvir...
Sou...
Afinada com o jeito que caça...
A exatidão que estabelece...
Com o domínio que exerce...
Como se esquecem da luz solar...
Como se aquecem á luz do luar...
Como habitam o meu sempre sonhar...
São criaturas da noite dominante...
Por seus voos rasantes...
Brilhantemente ardiloso...
Misterioso...
Silencioso...