SOPROS DE VIDROS
Nos olhos da ventania,
Viso uma luz que paira sobre mim.
Folhas secas em agonia
Caindo em sombrio bailar sem fim.
São gotas de um choro
Que escuto daqui de onde estou;
Breus em lúgubre coro
Sinto me seguir por aonde eu vou.
Fel que me tira o doce
É o mesmo me inserindo esta dor
Vem-me como se fosse
Outro céu a me abraçar de pavor.
Retrato de um passado
Distante e já descorado, insistem
Estória de ar embaçado,
Na alma, já eternizada, persistem
Vidraça nua e nascente
Alterna-me por um outro caminho
Embora, ainda demente,
Percorro-o em evidente desalinho.
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Giovanni Pelluzzi,
São João Del rei, 11 de abril de 2013.