SOPROS DE VIDROS

Nos olhos da ventania,

Viso uma luz que paira sobre mim.

Folhas secas em agonia

Caindo em sombrio bailar sem fim.

São gotas de um choro

Que escuto daqui de onde estou;

Breus em lúgubre coro

Sinto me seguir por aonde eu vou.

Fel que me tira o doce

É o mesmo me inserindo esta dor

Vem-me como se fosse

Outro céu a me abraçar de pavor.

Retrato de um passado

Distante e já descorado, insistem

Estória de ar embaçado,

Na alma, já eternizada, persistem

Vidraça nua e nascente

Alterna-me por um outro caminho

Embora, ainda demente,

Percorro-o em evidente desalinho.

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®

Giovanni Pelluzzi,

São João Del rei, 11 de abril de 2013.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 11/04/2013
Reeditado em 10/02/2014
Código do texto: T4235326
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