Transcedental
Havia uma esquina escura
Em que bêbados caiam,
Em que mulheres frias traiam,
Em que havia uma sepultura.
Havia uma esquina naquela rua
Em que olhos lacrimejavam,
Em que lábios se beijavam,
Em que me tornei tua.
Havia naquela rua uma esquina
Onde meus olhos pairavam,
Onde meus pés se fincavam
Como grito que desatina.
Havia, nessa fatídica esquina,
Os olhos mais lindos que já me viram,
Os braços mais quentes que me sentiram,
Havia o amor de um eu menina...
Houve um dia naquela esquina
Em que os braços não eram quentes,
Os lábios não mais eram ardentes.
Faleceu o amor do eu menina...