INSÔNIA
Vejo-me mais uma vez
Na insônia dos pensamentos
Vago por minhas noites errantes
E vogo pelas tormentas de meu mar
Nessas negras noites de louco silêncio
Ouço sons sutis ecoarem ininteligíveis
E crio imagens dentro desse grande vazio
A bruma da madrugada toca-me o rosto
E nada consigo enxergar além de sombras
Preso nesse espaço profusamente monocórdio
Então evoca tua lembrança meu único anódino
Os minutos passam demorados e inclementes
Enquanto a Nau das horas singra negras ondas
Guiada pela pulsão de lisérgicos pontos cardeais
Tento tocar a barra do amanhecer com meus dedos
Mas pressinto que a catadupa dos sonhos me espreita
Então nado contra a maré com ardente sagacidade
E é quando tua imagem tem em mim profunda abrangência
Teus olhos agora são mais que salvadores faróis
Tornaram-se meu norte a guiar-me a teu seguro porto
E lentamente a noite vai desintegrando-se em mim
E acordo arfante nos braços de tua iluminada manhã
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