OS MORTOS E OS VIVOS
Eu não pretendo reviver os mortos
“Que descansem em paz na tumba fria”.
Eu não pretendo confrontar os mortos,
Que ainda mortos, tem a sua gelosia.
Apenas sei que estou vivo,
Que vivo da esperança que já não tem os mortos,
Que percorro os caminhos vastos dessa vida,
Entre prantos, risos e sorrisos,
Que, ainda respeitando os mortos, pelo que foram vivos,
Vivo, em busca do meu amor intenso, talvez insano,
Em busca do meu viver quotidiano.
A morte iguala os vivos,
Quando mortos são,
Mas a vida não iguala os mortos,
Aos que vivos estão.
Sem querer fazer filosofia,
Sem querer amargar paixões vencidas,
Grito e berro meus loas ás vidas,
E faço minha modesta poesia.
Não quero, nem pretendo, igualar-me aos mortos,
Que um dia vivos foram.
Talvez melhores ou piores, nunca saber-se-ia,
Mas amo meu amor pelo amor somente,
Temente,
A cada gesto de amor de cada dia.
Na verdade eu quero amar,
Jamais afrontar ou confrontar os mortos.
Afinal a minha poesia é de toda sorte
Uma antecipação
Do que será a minha morte...