REVISTA EM QUADRINHOS

REVISTA EM QUADRINHOS

Divertida fase, onde nas entrelinhas, tinham alguns endereços para correspondência

Ah fase feliz , deste achado, dessa vivência

Encontrei um paulistano que muito me identifiquei, corri peguei lápis e papel

Escrevi feito mel, minha mão deslizava pelo papel ,escrevendo feito nuvens do céu

Era um sonho? Quadrinho risonho? Seria tristonho? Enfadonho?

Talvez uma ousadia ...através de uma carta mágica...seria eu correspondida?

A espera de um carteiro, esperanças... quando ele chegava corria ligeiro,

Minhas palavras voaram para outro Estado numa carta, e nada do carteiro

Eram dentre três ou mais dias que minha resposta chegaria

O engraçado é que exatamente naquele dia eu não esperaria

A chegada do carteiro , chamou-me pelo nome inteiro

Surpresa, estupefata, alegre, coração palpitando ,o que dentro da carta teria?

Abri ansiosa, devorei palavras, identifiquei projetos..., me vi sorrindo

Alma recheada, o que mais esperava era um coração se abrindo

Um brinde a vida a vida , deste dia em diante as cartas viraram um trio

Entre eu o remetente e o carteiro...uma cumplicidade um brio

Onde tudo começou , foi através da afinidade de ler... revista em quadrinho

De repente, através dela , achei o carinho, consolo, um cantinho

Conheci alguém, que partilhava rodas gigantes, amizade, carisma, sozinho

Não mais sozinho, dentre risos... éramos três, até o carteiro sabia o caminho

Cada carta que eu escrevia minha mão tremia, a felicidade gemia

Contava minhas intimidades, das cartas ah... que saudades

Havia entre nós um feitiço que não tinha maldades

Cada vez que eu te lia podia sentir-te ao meu lado , numa canção

Numa poesia, numa citação, a cada letra mais que algodão doce, emoção...

A inspiração flutuava longe, contigo cantava, aos poucos enamorava

Virou mais que correspondência, de uma folha fazíamos livros, chorava,

Cantava, sonhava, graças aos gibis, eu pude conhecê-lo

A alma ainda impregnada de desejo um dia vou vê-lo!

O vi nas cartas, ouvi tua voz nas escrituras, alegrei-me em ver tuas vitórias

Tínhamos cartas insinuantes, por vezes tristes de saudades, de perdas e glórias...

Partilhávamos tudo que podíamos em nossos chamados livros

Faltava papel, amassava folhas e folhas...escrevia, reescrevia, queria que voltasse

Revistas em quadrinhos, onde tudo começou...

Onde nada terminou...nem o tempo e distância nos separou...

Cada segundo as revistas em quadrinhos são nossa benção,

Que tantos anos e anos não impedem de dizer: graças a Deus dou!

Andrea Ghiorzzi
Enviado por Andrea Ghiorzzi em 12/02/2013
Código do texto: T4136973
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