EU VIDA
Faz-me um cigarro companhia somente
Olho para a fumaça que se esvai
No vazio do nada à minha volta
Dentro do nada do vazio
Vejo-me...
Não eu, Ser... mas eu, Vida
Vida latente pulsante vivente
Vida que num momento sorri num outro pranteia
E num outro torna a sorrir novamente...
Vida que ama e que deixa de amar
Que é amada e que deixa de ser amada
E depois torna a amar e ser amada novamente...
Vida que fala e canta e anda e corre
Que, às vezes, também pára queda imota silente
E depois torna a seguir em frente...
Vida vivente, que vive...
Até o momento em que se esvair
Como a fumaça do cigarro...