Recesso eterno

O inferno não existe

O deserto é fértil

O acesso ao céu é incerto

A brandura do morto é a calma

Água benta não salva

No purgatório não vive a alma.

O fogo aquece

A morte anoitece

O dia nasce

A tarde é tristonha

A noite entontece

A vida é risonha.

O ar esfria

A tristeza do poema

Quando chegar o fim

Quando a dor persistir

O poeta irá sentir

Que há presença na ausência.

Quando o mundo acabar

Quando tudo escurecer

Quando o nada existir

Haverá uma certeza

A beleza do renascer

De um outro Ser.

Paulo Augusto Menezes
Enviado por Paulo Augusto Menezes em 08/02/2013
Reeditado em 24/02/2013
Código do texto: T4129258
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