O ESCRITOR
O ESCRITOR
Anos se dedicando à sua própria obra
Seu talento era pra si motivo de bastante orgulho
Sentia que era um dom manifestar seus pensamentos
Sabia que tudo tinha mais valor por carregar sentimento
Seus escritos não revelavam apenas seu estado de espírito
Mas tudo que podia ser sentido a cada emoção exposta
A cada pergunta feita que nem sempre exigia resposta
Os anos passaram e percebeu que seu tempo
Já não era tão extenso como antes
Percebeu que suas costas sentiam o peso dos dias vividos
Seu semblante já se via bastante envelhecido
Por mais que não lhe restasse praticamente mais nada
Ali, em seu silêncio, ele trabalhava
Todavia, permanecia triste, beirava um quadro depressivo
Olhava pra suas mãos e não via mais vigor
Faltava-lhe ânimo, o ímpeto de vida de sua juventude
Sua voz embargava nas palavras e com dificuldade as pronunciava
Seus olhos estremeciam diante das letras?
Ou as letras estremeciam diante de suas vistas?
O papel cada vez mais distante parecia estar
A escrita aos poucos se despedia
Sua vida cada vez mais próxima do fim
Sua alma sentia o aroma doce dos jasmins
Com o vento que suavemente soprava e secava suas lágrimas
Em seu último suspiro, de repente um pedido
Deus, não torne em vão todo este meu legado aos homens em vida, deixado