EXISTIMOS E DAÍ?

As nuvens são as asas dos anjos

O sol é o olho raiando de Deus

Único e imprevisível a escutar os benditos banjos

Olha a terra com seu braço de noz moscada e aloés

Queimados sob o bordão de teu comando celeste

Veste-me com teu manto de vapores do tórax

Que oscularei teu manto sutil de força e veste

Minhas potencias infinitas não vem de Berzabel

O demônio da brutalidade do ódio e da raiva

Toda força vem do amor verdadeiro

Que é defumado no corpo inteiro

Como morteiro diante da escuridão

A decrepitude ascende em meio à podridão

Nossos dias são loucuras que vivemos

São laços que abrimos no presente

Somos seres difusos da vida manifestada

Todos somos seios ornados de conturbados pensamentos

A modalidade primordial é fugaz

Tudo foge da semente primitiva

Desconfiamos de nossos pais

De nossa origem mais somos fatais

E tudo vira uma vertigem

Nossas emanações são loucuras que a mente fabrica

Eu te julgo muito alem de mim e de minha rubrica

Há pavor na minha memória

Falta algo na nossa história

Deglutimos apenas o vindouro

Onde estamos de verdade?

Quem é de verdade?

O que é a verdade?

Quem são os dez delegados do pavor

Que não buscam a solução

E vivem sustentados pelo terror?

Onde estamos? Que sala nos aguarda?

Que planeta é esse? Aceitamos tudo?

Como as multiplicidades dos números?

Temos que viver livre e levemente liberto

Sem algemas mesmo que sejamos breves

Com as esferas que representam nossas ideias

No raiar do dia a pomba branca ainda se atreve

A raiar o seu fulvo e irradiante clarão de paz e fogo fátuo

Infindável azul perpétuo

A mostrar pra todos nós com intensa paixão

Quem é que comanda e destrói todas as formas

Do mundo e da ressurreição...

Tudo que amamos

um dia vamos ter que destruir e isso inclui a nós mesmos

mais jamais poderão tirar de nós o amor que deixamos...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 16/01/2013
Reeditado em 16/01/2013
Código do texto: T4087177
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