EXISTIMOS E DAÍ?
As nuvens são as asas dos anjos
O sol é o olho raiando de Deus
Único e imprevisível a escutar os benditos banjos
Olha a terra com seu braço de noz moscada e aloés
Queimados sob o bordão de teu comando celeste
Veste-me com teu manto de vapores do tórax
Que oscularei teu manto sutil de força e veste
Minhas potencias infinitas não vem de Berzabel
O demônio da brutalidade do ódio e da raiva
Toda força vem do amor verdadeiro
Que é defumado no corpo inteiro
Como morteiro diante da escuridão
A decrepitude ascende em meio à podridão
Nossos dias são loucuras que vivemos
São laços que abrimos no presente
Somos seres difusos da vida manifestada
Todos somos seios ornados de conturbados pensamentos
A modalidade primordial é fugaz
Tudo foge da semente primitiva
Desconfiamos de nossos pais
De nossa origem mais somos fatais
E tudo vira uma vertigem
Nossas emanações são loucuras que a mente fabrica
Eu te julgo muito alem de mim e de minha rubrica
Há pavor na minha memória
Falta algo na nossa história
Deglutimos apenas o vindouro
Onde estamos de verdade?
Quem é de verdade?
O que é a verdade?
Quem são os dez delegados do pavor
Que não buscam a solução
E vivem sustentados pelo terror?
Onde estamos? Que sala nos aguarda?
Que planeta é esse? Aceitamos tudo?
Como as multiplicidades dos números?
Temos que viver livre e levemente liberto
Sem algemas mesmo que sejamos breves
Com as esferas que representam nossas ideias
No raiar do dia a pomba branca ainda se atreve
A raiar o seu fulvo e irradiante clarão de paz e fogo fátuo
Infindável azul perpétuo
A mostrar pra todos nós com intensa paixão
Quem é que comanda e destrói todas as formas
Do mundo e da ressurreição...
Tudo que amamos
um dia vamos ter que destruir e isso inclui a nós mesmos
mais jamais poderão tirar de nós o amor que deixamos...