Dizem que sou poeta

Não me queiram tanto...

Um versejador, diria.

Mais ainda: um fingidor.

(Como bem definiu o grande Bardo)

Pois chego a fingir que é dor,

a dor que deveras sinto.

Apenas converso, com versos, em versos.

Tentando me expressar, tergiversando às vezes...

Daí se explica minha mania de ficar olhando para o céu,

mirando as estrelas, desejando ter asas,

rascunhando meus versos.

Sentindo, desnudando os sentimentos.

Tentando aplainar o caminho pedregoso.

Um garimpeiro das palavras,

que busca incansavelmente o ouro,

ou uma gema preciosa no veio do terreno íngreme,

no lodaçal das indigências,

Poeta! Um ser estranho.

Mas há algo que o difere dos demais:

a extrema sensibilidade.

Se perde o teto, ganha as estrelas.

Se perde o chão, permanece no limbo,

ainda que momentaneamente.

E uma vez reerguido, alça-se às alturas novamente.

Edir Araujo
Enviado por Edir Araujo em 05/01/2013
Reeditado em 23/12/2020
Código do texto: T4068188
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