Olhos de Carla
Observo os olhos tristes de Carla,
moça delicada,
assim denunciam a cintura de pilão e as mãos amenas femininas.
Quantas esperanças trazem esses olhos?
Perco-me nas perguntas,
imaginando o contato daquelas mãos suaves
dedilhando o meu rosto com carinho,
onde os dedos são pétalas leves
e meu rosto o rústico chão.
Que as intempéries da vida
não tirem desses olhos tristes, ó meiga Carla,
a esperança, poesia abstrata,
que trazes no incógnito sorriso,
feérica ilusão de um pensador
que vê a sua feminilidade como a pedra rara num mundo hostil.
12/12/2012 22h55