FÊNIX TEIMOSA
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Do além e ressurgida,
dum útero de fogo e grandiosa,
renasce insistindo em vida,
sábia, forte e suntuosa...
Tantos idos e regressos
todos de ímpar identidade,
em luz irrompe do fracasso,
num manto de sorte em divindade...
Mas incorre em lapso,
nua finitude à eternidade,
fazendo das cinzas seu traço,
de majestosa plumagem, sua vaidade...
És Fênix teimosa!
interação, poetisa:
Estrela Radiante
A teimosia chama-se persistência
Pois o sangue borbulha,
em efervescência,
E faz todo o corpo tremer
Quem vê a cena não repara a incoerência
Pois da Fênix só veem a plangência
E os cristais como sinos, a bater.
interação, poetisa e escritora:
Zuleika dos Reis
Que Fênix!
Fênix teimosa,
que faz das cinzas seu traço
como dizes
tão fortemente,
talvez tenha por razão
não estar pronta
ainda
para renascer
das próprias cinzas,
logo, só tem de si
neste enquanto de si
seu corpo de cinzas
suas cinzas
das quais, quiçá,
possa venha a ressurgir,
que até para a Fênix
parece-me que haja um tempo
em que ela precise morrer de vez
em que ela não possa ressuscitar de si
mais uma vez.
Tomara que
ainda não seja desta vez.
interação, poetisa:
MarySSantos
Fênix que teima em renascer
Não teme labaredas de fogo
Dele vem sua energia, o prazer
Brasas fazem parte do jogo
D'onde vem a fonte do viver
Se no ar seus rastros incandescem
A ousadia sempre de crescer
Das cinzas, a teimosia a ilumina
Se é divindade, por que haverá de morrer?...
interação, poetisa:
Flor de Sampa
Fênix teimosa
morria todos os dias
para das cinzas renascer
força infinita
determinismo
símbolo da esperança
e do renascimento espiritual.
interação, poetisa:
Marta Cavalcante Paes Lima
VALENTIA E TEIMOSIA
Teimosia tem alma feminina
Típico da valentia de uma fênix,
Nas ventanias das tempestades,
É sinfonia para cair e levantar-se,
Das cinzas ressurge e urge como um leão,
Faminta percorre o labirinto,
E busca solução de forma sucinta.
Sua dor é única e absoluta,
Que resoluta sabe ser guerreira,
Em seu estatuto tem parceria,
Astuta luta até o final,
Que na realidade é só o começo,
Dos tropeços das terras sem fim.
Mitológica tão humana,
Então tem sim pura teimosia,
Seria insano queimar virar cinzas?
Depois voltar sacudir a poeira e triunfar.
interação, parceirinha e poetisa:
Luisella
É no ardente fogo o meu renascer
E sempre tão lindo e diferente
Embora não o saibam compreender
Sigo o meu destino penitente.
E se não revivesse onde estaria
Toda a força e esperança contida
Sem meu renovado ato apagaria
O que existe na chamada vida...