SONHO REAL
Um sonho tive hoje nestas altas horas noturnas
Sinto a folhagem respirar nas folhas do absinto
Há um enigma alem das nossas loucuras
Tateamos em espectros que desconhecemos isto é instinto
Um anjo de asas quadriculadas em preto e branco
Com uma garrafa na mão e de coturno negro desfilava
Tu eras minha musa que pelo hotel num canto vermelho dançava
Eu encolerizado te via flertando com o estranho e divino sacrossanto
No quarto adentrei e de repente uma loucura...
Surgia uma preta velha eu tinha um pote de pimenta do reino celeste
Assustado eu as deixava cair e todas no chão se espalhavam
Ela dizia num se assuste que juntarei uma por uma deste solo agreste
E assim fazia alegremente catando as sementes que não germinavam
Era destarte um ciúme doentio e descabido
Mais toda uva quando bem amassada soltando seu ultimo gemido
Vira bom vinho que num gole lento e retraído
É quase letal quando languidamente absorvido...
Estranho não me contive e de repente tu entravas no quarto
Eu te empurrava batias a cabeça na porta e desmaiavas
Expeli-te um hálito quente na boca e quando acordavas um novo parto
Tinhas o rosto de minha mãe que pela cabeça eu segurava...
(Sonho verdadeiro!)