Poeta no jardim
Mesmo que vazios,
Os passos deixam marcas
Matam pequenos insetos,
A grama, e criam rastro
Quantos caminhos vazios
Não vislumbra com beleza?
Asfaltados, convidativos,
Cheios de luzes, setas
E o medo de inovar?
Novamente lamber o chão
Descalço, como tantos
Para outra trilha morta?
Vejo borboletas no meu
E uma em especial, perdura
Sorri, enquanto outras caem
Feito árvore chovendo folhas
Mas o que é o não-vazio?
Trilhas com um pomar de mentiras?
Pois a morte finge vida
(Morremos, cada dia, tentando viver)
Pra onde seguir, amigo?
Quero me concentrar,
Mas o dia morre tão belo
E não tiro os olhos daquelas asas...