Diamantes de vida
Vão se os dias, as noites.
Também as princesas, os risos,
O trono e o acoite.
Veja a lua com seu eterno sorriso.
Se o mal acorda contigo,
Logo passa como os castigos do mundo.
Como renasce um nobre imundo,
Rejuvenesce um ombro antigo.
Horas a lembrar dum passado amargo.
Remoto e dramático, dado.
Vem a brisa e nos queima de afago.
Engana e some adoidado.
Cada madrugada adentro...
Tabaco e fumaça aroeira.
Consome sangue ao vento
Empapuçado de carteira.
A cada pensar venha a primavera.
As rosas e suas primas
Se deleitam em plena riviera.
Pois logo verão o verão de tuas cismas.
E o calor adentrando.
Ardendo no deserto do sertão.
Quase não libera o outono alado,
Que impera na palma da mão.
Lá vem a mana ardilosa...
Seu olhar tão arisco.
Inferno gelado... Maldosa!
Inverno queimado... Sinistro!
Sempre voltam a aparecer.
Como os amores e a ilusões
Que se despem no endurecer.
Prum oceano de sentimento governado por dragões.
Tudo vai passar, mesmo num piscar de olhos.
Vão se os anos luz no desfilar de história.
No adormecer dos seres de abrolhos
O universo proclama a sua gloria.
A vida tem seu completo.
Torna-se chegada a hora marcada
Devido à morte de certo...
Que gentil nos foi instaurada.
Carentes estrelas que caem no escurecer.
Desejos por elas implorados.
Que sabemos do seu viver?
Dignos todos dos mesmos anotados...
Transparente, permaneço.
Sei dos causos de ida.
Sei dos bons recomeços.
Dais vivas as coisas acontecidas.
Diamantes de vida.