Ainda somos Sombras, num Universo que não passa
Símbolos do mal é o que somos, veias serpentinadas numa esfera celeste
como maldades sacrais que se espalham e persistem no firmamento
devíamos é sempre agradecer, cada instante e cada momento
De estarmos a desfrutar imóveis ou mesmo passando como pedestres
A oportunidade de desfrutarmos de um astro em meio ao céu imenso
cercado por um gigantesco sol que queima eterno
sempre perene enquanto ilumina boa parte deste incomensurável universo
mas pelo contrário, cuidamos de destruir aquilo que temos de mais denso
e sincero; a natureza que nos cerca em volta.
E a nós mesmos que nos tomamos como numa volta
de dança lancinante com manceba nova
Ainda ficamos admirados com as super-novas
sem cuidarmos de nossas potências internas que se refletem
no prismas de nossas ações que ferem
os outros.
No fundo não valemos nem o sol que temos sobre nossas cabeças
Não mais tememos que eles possam "cair sobre nossas cabeças¹"
quando na verdade devíamos atê-las
para que sejamos merecedores de tê-las.
então que perscrutemo-nas
No imenso profundo de nossas mentes transviadas.
Alguns dizem que existe a possibilidade
de que nós mesmos consigamos a felicidade
de nos guiarmos em meio à multidão de nossas ações tresloucadas
Não como um guia feito de letras deletérias, mas sim por investigarmos
aquilo que gera o que fazemos; somos capazes
de julgar mesmo o ínfimo de nossos pensamentos
e portanto de evitarmos que façamos e que tenhamos mais lamentos...
Quando pensamos no íntimo de nossos tormentos
munidos deste poder de avaliarmos nossos pensamentos
percebemos o que sentimos
Compreendemos que dentro do vazio mais vazio
da não-ação eterna, repleta do luzir límpido
nossas ações se eternizam.
Límpidas como os sóis que nos cercam,
pudicas como a Natureza à nossa volta
Agir pelo não buscar de nada em troca
é o que realmente nos liberta
O que nos livra do âmago de nossos corpos
vicerais, fazendo-nos mais próximos
dos astros divinais, quais tomam o cosmo
Porque estes tais, como o agir em liberto
de si, por não esperarem nada nunca passam.
Suas ações são o que há de eterno
Sejamos como os cosmos que nos cercam
internamente merecedores do que é belo
para que o belo refrata como num espelho nédio.
De nossos corpos, de nossos atos.
Mais próximos de Deus, do Infinito.
¹ Referência ao quadrinho Asterix.