Nas Asas do Vento
Nas asas do vento
Dois corpos lentamente
Tão obstante se vão
Sobre as asas do vento...
O horizonte contemplado em mim mesmo...
Como turvas sombras
As suas asas se revelam qual pérfido destino,
Que arrastam as almas em direção do teu abismo.
Montanhas congelantes,
Esconderijo de tua alma,
Ninho da própria dor onde ali me aprisionou...
Sobre o cárcere do amor me cultivou,
Refazendo-me de toda dor na revelação de quem eu sou.
Suas asas, acolhedor de meu amor,
Paisagens fugidias se formam à minha volta,
Miragens ocultas se revelam no passado que ficou.
Ventos turvos me conduzem na direção mendicante de tua luz...
O coração, errante, parte em direção da nebulosa luz
Que vagueia em teu olhar.
Sobre o êxtase deste encontro fugidio,
Partem as rosas em busca daquela na qual eu não posso calar...
Minh’alma em ti encontrou o abrigo,
O refugio efêmero dessas asas feridas.
Teu coração, essência que me aquece,
Transbordando-me de existência no acolhimento de mim mesmo,
Na radicalidade Ontológica do teu ser Transcendental...
Roberto da Silva Pereira
07/04/2009
Bebeto Pereira