ENTRELINHAS
Dobro-me em mim em tantas partes entre[laçadas]
ponho-me diante de mim em altares interiores
exponho-me entre meus eus pecadores
expurgo de mim as máculas in[dolores]
navego nas ondas de minha alma içada.
Sorvo o vinho da minha in[sanidade]
saboreio meus próprios valores invasores
bailo no íntimo um rito imaginário
guardo em silêncio os meus dis[sabores]
desenho na vida a face da ir[realidade].
Visto a fantasia das cores e amores
qual bobo da corte eu comungo do beijo
invento um texto isento de dores
devolvo ao mundo os próprios segredos
pinto em entrelinhas a tela dos meus devaneios.
JP26082011