Atrás da vidraça
Do vidro escorrem gotículas
São estilhaços do céu que chora
Em forma de arte e de mistério.
Dá um nó na alma que implora
Queixosa e tremula é a voz das coisas.
Os ramos beijam-se com a ventania.
A aurora se desprende do manto noturno
Solfejos dos lábios que vejo ao raiar do dia
Cultivados na madrugada da dor soturna
Desce lenta e bela a estrela dos amantes.
Levamos à boca a taça da ventura.
Brilha no ar como quilate de diamante
Entre beijos, apertos e abraços...
Fico enternecido com esse rompante
É um mundo de amor e de ternura.
És a taça de cristal, por onde às vezes cuido
Desse fascínio que comove até os incrédulos
Pelo esmero que vejo nestes versos lapidados
É o ir e vir do coração que pulsa em pêndulo
Ao encostar a fronte no teu peito
Que acaricia e realiza assim desejos
E ouvir-te dizer amor, após um beijo.
Duo: Arlete Brasil Deretti Fernandes e Hildebrando Menezes