Catedral
Ser poeta é como ter um templo na alma, uma catedral portentosa
É como ter a alma garbosa ou anelar esse garbo
E ter um largo sorriso que a singeleza suscita
E não falar em desdita, sequer opor um embargo
À felicidade da alma, essa que lhe espera à frante
E acalentar, tão fremente, como por um anjo enlevado
E ouvir sussurros ao lado, exortações de alegria
Sorrir, fagueiro, pro dia, de encanto estar abastado
Poesia, intimista oração, é pra alma um conforto
É alijar o desgosto bem pra longe, a esvair-se
É sentir-se, então, calidamente estreitado
Por algum anjo amado, na sua essência fundir-se.
Valdecir de Oliveira Anselmo
31/10/2007
Poema extraído do livro: ANSELMO, Valdecir de Oliveira. Recendência. Rio de Janeiro: Litteris, Quártica, 2008.
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