Almas
Eternizei minha individualidade, numa alma, essencial,
Deitei-me na relva da alegria verde num dia ensolarado,
Procurei minha alma e ela era azul, era eu imersa,
No azul de mim mesma.
Tanta leveza e impotência diante da imensidão azul,
Em mim mesma havia esse azulão inevitável,
Pensei no verde em busca de esperança,
A relva do meu dia era agora verde.
Sem a percepção do tempo concentrado em mim,
Perdi o tempo e a solidão do azul de minha alma,
Desconcertada e sombria permaneci buscando,
A alma azul dos meus dias de tristeza.
Nada pude perceber mais, eu era só, vazia de tudo,
Ainda mais incoerente do vazio robusto da minha alma azul,
Envolvi o corpo que jazia deitado na relva verde
E enterrei-o cheio de esperanças.