SENTI O FRENESI
A visão solta tudo pode e a todos consola
Pelas ramas e tramas... a vida se consolida
Desfazem-se os nós dos imbróglios das lidas
Na labuta do dia a dia curam-se as feridas
Dá-se aí o enredo de um processo profundo
Refletindo os passos desenhados no esquadro
Que a moldura sutil abriga da lavra sonhada
Na grafia das letras, na música concebida.
Sente-se no ar o perfume da seiva em suas narinas
Que a mãe terra nutriu com seu leite para nosso deleite
Projeto realizado e perfeito a flutuar pelo ar em enfeites
Como uma chuva mágica de fogos e de purpurina
Que concebe seus versos na força de um manifesto
Jorrando paz e amor diante de semblantes circunspectos
Água benta que nos santifica e deixa nossa alma em festa
Na viril sensibilidade da perfeição que procura e completa
Urge então que as conjugações se complementem
Na busca incessante da paz, da saúde transparente.
O corpo requer esses versos transversos e incessantes
A aliviar a dor da ausência do desejo de ter a amante.
Aqui se desvenda o fulcro da questão dilacerante
Que os sonhos perfilam no seio das ardentes paixões
Para que o poder da realização seja mais constante
No bailado sinfônico, na textura das artes, das danças
No frenesi harmônico das nossas mais puras emoções.
Hildebrando Menezes