E por vezes...
E por vezes as noites duram meses.
Os dias vazios se tornam vadios.
E por vezes os meses oceanos.
Navegam pelas ondas nossos sonhos.
E por vezes os braços que apertamos
Nunca mais são e nem serão os mesmos.
Porque nos dispersamos e nos apartamos.
Ficamos sem saber o que, de fato, fazemos.
Ao nos separamos, também reencontramos.
Por vezes vêm-se os nós pelos cantos.
Em poucos meses... Quiçá em milênios.
Vivendo e procurando pelos nós a sós.
O que a vida nos fez em muitos anos.
Será que é porque digerimos o mesmo pó?
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes.
Ao tomarmos o gosto dos oceanos.
Navegamos as mesmas alegrias e dores.
Só o sarro das noites, não dos meses.
Lá no fundo dos copos vazios encontramos
Aquilo que perdemos e tanto procuramos
E por vezes, sorrimos ou choramos.
Ao relembramos o que nos tornamos
Do caldo da vida que juntos entornamos
E por vezes, por vezes, ah por vezes...
Num segundo se evoluem tantos anos.
Fall & Hilde