Longitude

De longe... Bem lá no fundo da alma...

Contemplo a paisagem que se descortina

O silêncio então vem me purificar e acalma

Percebo as mutações dentro das retinas

Do gosto que muda de quando em vez.

Uma voz suave me acaricia com o vento...

Calma! Não se apresse! Espere por mim

Sussurra baixinho em meus ouvidos atentos

Então sou nutrido e a poesia nasce assim

De novo e sempre em versos um carinho se fez.

Ainda me diz: Não vale a pena sangrar por sangrar

Crescer de véspera... Enfiar a cabeça na terra

Como faz a goela da pobre e faminta avestruz

Veja, sinta, contemple o bailado das garças...

Há que se encorajar e fugir diante das palmas

Há de se lembrar de rolar um pranto, enfim...

Porque a lágrima límpida é benta, santa e purifica.

Mas, não permita a desolação que te leva ao fim.

Sintonize as ondas que vibram e a tudo amplifica

Lá do fundo vem à voz: Não durma antes de sonhar.

A vida é alguns milhões de novos começos

Tecidos, cingidos, retorcidos, sentidos, movidos...

Não há que se acelerar a natureza em seu processo

Observe mais as ondas e o fluxo e refluxo do mar

Pelo sublime e árduo desafio de viver...

Aqui, bem cedo, desperto ao ouvir o alvoroço.

O frenético chilrear dos pássaros no arvoredo

E só então percebo e vivo os meus começos

Que meus desafios não são assim tão segredo

Que tenho pela frente... Os morros que subo e desço!

Duo: Fall & Hilde

Navegando Amor e Fall
Enviado por Navegando Amor em 27/09/2012
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