Devagarinho...
Devagarzinho, a gente começa a sentir...
Será então findo o tempo das esperas?
Que é chegada a hora de deixar fluir
Não dá mais pra viver só de quimeras
É tempo de acompanhar as mutações
Não dá mais pra segurar o que está por vir
É tempo de ir à luta de peito aberto
Que algo urge e ruge e precisa ser feito.
Parece que a casca do ovo vai explodir
Embora ainda resistente não o faça...
A insegurança traz no seu bojo o medo
Das rupturas operantes que levam à mudança
É preciso desvendar com zelo esse segredo
Para tal é necessário fortalecer as alianças
Então é preciso ser corajoso e forte
Quando não dá mais para carregar tanto peso
Quem sabe ousar sacudir seus próprios alicerces
Colocar alavancas para aliviar o sobrepeso...
Sair dessas malditas rotineiras amarras da inércia
Romper com os carcomidos e enraizados hábitos
Sentir-se livre e leve em apreender a empurrar
Usar da perícia nos atos para alçar o grande salto
Bem assim, poderemos então desamarrar...
Os nós dos imbróglios que nos levam ao alto
Desprendendo um pouco mais rumo ao prazer.
Porque quase não se respira mais de tanto esforço
Na desumana rotina que nos deixa nesse arcabouço
Embora se aguente ou pelo menos faça de conta
Então o que nos resta é essa fera que só desorienta
Que se alimenta, por vezes, até com estranho orgulho.
Até que chega a hora em que a resistência é vencida.
Começa-se a perceber onde habita o tal do gorgulho...
Valente e contente... A gente aceita encarar o casulo.
A gente deixa a natureza escrever outra história.
A gente quer tecer junto... A teia da vida!
A gente permite que a borboleta aconteça.
Duo: Fall & Hilde