O aparente e o oculto
Ao sabor das ondas
O barco oscila,
Tal qual o balanço,
Que a criança enredilha.
O mar está revolto,
Profundezas abissais;
Submersos, traiçoeiros,
Recifes de corais.
Navegante que vaga ao léu,
Sem um porto seguro ter,
Envolto pelo nebuloso véu,
Um náufrago pode vir a ser.
O homem é como o oceano,
A primeira vista, nenhum perigo,
Logo abaixo, em segundo plano,
Oculta latente, terrível inimigo.
A profundeza da alma humana,
Somente a seu dono pertence,
Sem revelações, a outros engana...
Nem que seja em breve relance.
É esta a condição do Ser;
Usa sempre uma couraça,
Tentando em vão, se proteger,
Para que em si, o mal não se faça.
Jaru / N. União - 2003 / 04 - Riedaj Azuos