Ontem, hoje e amanhã?!

Peço licença senhores, senhoras,

Para derramar o meu ser, o meu pensar.

Sou o som do silêncio,

Que te apavoras e confortas;

Sou a mais bela cachoeira...

O mais terrível corpo em decomposição;

Sou simplesmente, o que teus olhos querem ver.

Sou o mais doce...

O mais amargo sabor;

Sou simplesmente,

O que a tua língua quer provar

Sou louco, sou lúcido

Sou melancólico, sou júbilo

Sou realidade, sou falsidade

Sou pateta, sou poeta...

Aprendi a falar; desde então, quero declamar;

Aprendi a pensar; desde então, criticar;

Aprendi a caminhar; desde então, vivo correndo;

Aprendi a ouvir; desde então, vejo com outros olhos;

Aprendi a amar; desde então, a doar;

E nesta terra tudo que plantar há de crescer

Semearei o que eu hei de querer

E sinto satisfação... aflição...

Sou constante, sou inconstante

Sou contradição, sou convicção

Sou tudo, sou nada

Si rimo, alguns gostam

Si critico, alguns ignoram

Si nada faço, adoram!

Sou criança brincando de crescer

Sou poeta brincando com palavras

Sou louco brincando de ser e estar

Sou outrora, sou agora, sou vindouro

Ontem, eu era certeza

Hoje, eu sou duvida

Amanhã, serei nada?!