MINHA TRISTE BAILARINA
Sentimento
Sem ti não há momento
Momento de lamento
Se te fiz algo me perdoe
Lamacento me assento na lama
Na alma sinto o nada além de meu batimento
Passando no vento
Pés frios passeando nos conventos
Sentimento
Sofrimento
Lendo o Morro dos Ventos Uivantes
Instantes distantes incessantes
Desconcertantes almas peregrinas
Dançando em esgrimas
Dilacerando-me a carne fina
Carnificina morreu em seu bailado a bailarina
Que juntava sonhos nos conventos de sua pureza
Uma parede fina nos descortina
Opalescente retina
Veneno de estricnina
Tão fina esta parafina
Este unguento de úbere púbere de menina
Sabe meu amor
É de mancenilha nosso pequeno sofrimento
Neste sumo dolorido muitos fantasmas no celeiro
Nada nos fará repousar a sombra
Junto às águas dos ribeiros
Por você tenho as estrelas
Esta fragílima candeia
Minha votiva cantiga volitou
É o momento de felicidade
Que nunca sabemos
O que é porque já passou...
E nunca saberemos o que foi de verdade
Senão quando a perdemos
Pra vida crua esta frágil flor
Sumida pelo chão de seu imenso
E fúlgido salão um rasgão se abriu e um sonho se apagaou...