MINHA TRISTE BAILARINA

Sentimento

Sem ti não há momento

Momento de lamento

Se te fiz algo me perdoe

Lamacento me assento na lama

Na alma sinto o nada além de meu batimento

Passando no vento

Pés frios passeando nos conventos

Sentimento

Sofrimento

Lendo o Morro dos Ventos Uivantes

Instantes distantes incessantes

Desconcertantes almas peregrinas

Dançando em esgrimas

Dilacerando-me a carne fina

Carnificina morreu em seu bailado a bailarina

Que juntava sonhos nos conventos de sua pureza

Uma parede fina nos descortina

Opalescente retina

Veneno de estricnina

Tão fina esta parafina

Este unguento de úbere púbere de menina

Sabe meu amor

É de mancenilha nosso pequeno sofrimento

Neste sumo dolorido muitos fantasmas no celeiro

Nada nos fará repousar a sombra

Junto às águas dos ribeiros

Por você tenho as estrelas

Esta fragílima candeia

Minha votiva cantiga volitou

É o momento de felicidade

Que nunca sabemos

O que é porque já passou...

E nunca saberemos o que foi de verdade

Senão quando a perdemos

Pra vida crua esta frágil flor

Sumida pelo chão de seu imenso

E fúlgido salão um rasgão se abriu e um sonho se apagaou...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 04/09/2012
Reeditado em 04/09/2012
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