Nunca Mais Só (Apokálypsis)



Todos os muros derrubei,
todas as crianças orientei.
Em cada rua se fez um quintal.
O coração do menino abriu-se apenas
para o bem Celestial.

A intolerância trancafiei
e o portão descerrei,
libertando o prisioneiro,
e agora quando o assunto é o bem,
é ele quem fala primeiro.

O louco desalienei,
meu coração desnudei.
A mais bela canção ouvi,
carregada de amor,
do amor universal.

A água ficou pura.
O ar ficou límpido.
Extinguiu-se a fome.
A paz, em paz, descansa.
O perdão perdoou.
Expirou-se todo o mal,
ficando apenas a boa herança.

Toc, toc, toc.
A porta abri
e Você entrou.
Pedi perdão.
A dúvida nunca mais aportou.
Aí então me veio a verdade:
que todo bom nunca é pouco
e o bem é a liberdade.


Como um manto sagrado ao fundo,
vi um céu plácido
e um anil belo horizonte,
surgiu uma fonte de luz,
invadiu-me mágica fé,
pus-me de pé,
abri meus braços em forma de cruz,
ergui a fronte,
senti-me amadurecido
e pronto para abraçar o mundo.

O sol sorriu,
liberando encantado brilho sobre nós.
O alvor alaranjou.
A nobre esfera respirou.
O verde cresceu,
reverdeceu.
O firmamento azulou.
Água límpida se derramou.
Floresceu, floresceu!!!


No norte, no oeste,
no sul e no leste
chegou a primavera.
Flores por toda a Terra.
Em todo cantinho do planeta
primaverou,
primaverou!!!

Toda arma se fez pó.
Toda bala virou doce.
Ajudamo-nos um ao outro.
Desfez-se o deserto,
percebi-Lhe bem perto.
Toda fronteira caiu.
Todo sorriso ganhou um rosto.
Várias faces e um único coração.
Ficou apenas o bem comum,
apenas comunhão.
Ao final, depois de tudo,
eu não me senti mais só.


 
15/06/2000
 
(imagens obtidas da internet)
Escreverati De Luca
Enviado por Escreverati De Luca em 29/08/2012
Reeditado em 02/05/2018
Código do texto: T3855844
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