MADRUGADA, no Cotidiano

O vento zoava no ar
Madrugada adormecia
Sonos perambulavam a mente
Na penumbra, adormecia.

O vento soprava frio
Adentrava no ambiente
Aconchegava os lençóis
Num agasalho permanente

O corpo logo adormecia
Imagens sempre formavam
Um animal desvairado
Avançava, perseguia, rosnava.

Um bichano no telhado
Miava, miava, estridente.
Rasgava a noite silenciosa
Despertava toda gente

A voz do noticiário
Anunciava mais uma rotina
Com fatos desconcertantes
O palco abria a cortina

Mais um assalto surgia
Mais uma luz apagava
Mais impunidade acumulava
Mais um sorriso fechava

Mais uma lágrima caía
Mais uma dor sufocava
Mais um sonho fenecia
Mas, a vida continuava.


Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 17/02/2007
Reeditado em 26/02/2007
Código do texto: T384394
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