DIALÉTICA DE ESTRELAS SÓS
Juliana Valis
Sou apenas e nada mais
Uma incauta profusão de "eus"
Perdidos em labirintos meus
Que o coração desenhou aqui,
Bem no âmago desta minha alma...
Sou a dialética entre estrelas sós,
Por vê-las na escuridão sem calma,
Além do vácuo sempre atroz
Que desaba em mim, na palma
De uma ilusão que nunca tive...
Céus, quem serei eu além de nada ?
Como desenharei o perímetro da dor
De existir, se sou desencatada
Paradoxalmente, na sublime cor ?
Sim, permitirei apenas que a lua
Testemunhe a desilusão do meu verso,
Enquanto o coração mais disperso
Cantar, no êxtase, a fração que dilua
O sentimento mais louco como razão do universo...
E, assim, quem sabe toda euforia de estrela
Possa ser chama, além do amor que houver em mim
Declamando, enfática, toda dor por tê-la,
Além de todo verso que perdi na estrada,
Neste idílio em cor que desabou assim,
Fragmentando-me em sonhos do que fora o nada.
Juliana Valis
Sou apenas e nada mais
Uma incauta profusão de "eus"
Perdidos em labirintos meus
Que o coração desenhou aqui,
Bem no âmago desta minha alma...
Sou a dialética entre estrelas sós,
Por vê-las na escuridão sem calma,
Além do vácuo sempre atroz
Que desaba em mim, na palma
De uma ilusão que nunca tive...
Céus, quem serei eu além de nada ?
Como desenharei o perímetro da dor
De existir, se sou desencatada
Paradoxalmente, na sublime cor ?
Sim, permitirei apenas que a lua
Testemunhe a desilusão do meu verso,
Enquanto o coração mais disperso
Cantar, no êxtase, a fração que dilua
O sentimento mais louco como razão do universo...
E, assim, quem sabe toda euforia de estrela
Possa ser chama, além do amor que houver em mim
Declamando, enfática, toda dor por tê-la,
Além de todo verso que perdi na estrada,
Neste idílio em cor que desabou assim,
Fragmentando-me em sonhos do que fora o nada.