Gemidos poéticos
Há que se transcender a tua imediatês
Seja em que língua for... Dê lá o toque
Sê exigente com teu pobre português
Sendo só! Não tenha dó... Povoe e voa
Ao lado, acompanhado ou a reboque.
No elo infinito dos misteriosos labirintos
A poesia jubilosa geme e pede despojo
Pela letra ali sentida que da veia jorra...
No casulo silencioso a borboleta dorme
O poema estremece e goza a sua casca
Quer alçar o voo sinfônico das libélulas
Rompendo tempo e espaços galácticos
Obsessivo ao ouvido das suas células
Sem a preocupação dos poetas clássicos
Pousa ali a tua pena e engula suas pílulas
Não há território demarcado à poesia
O que vale é capturar o belo das coisas
Antenado aos barulhos do mundo vadio
Com as amarras soltas dos cais afoitos...
Navegar o verso do escuro à luz do dia
Hildebrando Menezes