MINHA RAIZ

Árvore de que descendo, donde provém tua raiz?

De que chão, de que raça, de que distante país?

Eu te interrogo... porque nesta vida

só reconheço nos teus verdes braços

meus pais, meus avós e seus cansaços

Nas tuas folhas como herança recebida

reconheço os rebentos meus irmãos

flores abertas fecundadas num abraço

dando frutos espalhados pelo espaço

E em tua copa frondosa vejo o coração

duma família enlaçada dando as mãos

aos seus rebentos... que outros rebentos darão

Mas... teus ramos velhos (a gema, a criação)

donde vieram, quem foram, onde estão?

Quem te plantou pela vez primeira?

Sábio ou mendigo? Rei ou peregrino?

E quem adubou tua madre feiticeira?

Diz-me quem foi e a cor do seu destino!

Se eu, de ti, árvore, só conheço a rama

deixa-me cavar fundo em tua cama

descortinar o berço de teus ocultos ancestrais

suas eras, seus credos, seus destinos fatais!

Árvore de que descendo, donde provém tua raiz?

De que chão, de que raça, de que distante país?...

(lºPRÉMIO DE POESIA (ROSACRUZ-A.M.O.R.C

ANO ROSACRUZ 3349)

Lisboa-Portugal 1996

In "Geometrias Intemporais"

Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 28/07/2005
Código do texto: T38364
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