Meu Desejo
Tu não sabes, mas ao fechar-te para o mundo,
Fazes disparar a sirene da vida,
Assim, meu desejo, sorrateiro te penetra,
E feito ostra, tu o transformas em pérola.
Tu não compreendes, mas quando murchas,
Clamas á natureza,
Assim, meu desejo, tal raízes, te envolve,
E feito flor, ao colibri, ofertas pólen.
Não entendes, mas se tu te travas,
Acendes o indicativo do errado,
Assim, meu desejo, fio de óleo em ti se verte,
E feito máquina, tu costuras o que me veste.
Não percebes, mas se tu própria te castigas,
Te colocas na posição de sofrida,
Assim, meu desejo, tal prece, te alcança
E feito santa, dás exemplo de confiança.
Não vislumbras, mas se te frustras,
Emites ondas para ajuda,
Assim, meu desejo, tipo música, te toca,
E feito dança, tens efeito de transe.
Não sentes, mas se te convalesces,
Acusas incompatibilidade em exame,
Assim, meu desejo, catársico te sintetiza,
E feito fármaco, combates a minha doença.
Não te dás conta, mas se te menosprezas,
Demonstras desarranjo em teste,
Assim, meu desejo, tenaz, te preenche,
E feito essência, completas o meu perfume.
Não sabes da tua força, mas se te arruínas,
Apontas advertência em inspeção,
Assim, meu desejo, como súplica, te obsecra
E feito simbiose, plenificamo-nos para a guerra do si.