Em traços,teu retrato,tua vida.
Em papel,
Ela se escrevia,
Se rabiscava.
Uma borracha
E um lápis 2B.
Um traço imaginário
A cruza de ponta a ponta.
Lhe escrevi milhões de cartas
E os desejos permanecem ali,
Escritos várias vezes por cima de mentiras
E ela vai cruzar a noite assim,
Recortar o resto de imaginação que lhe sobrou.
Feridas,
Ferida.
Vai chorar um verso e outro
E se confundir entre pessoas.
Vai cantar,
Não vai conseguir dormir...
Ela viu um pedaço seu caminhar por ai,
Cruzar seus pontos,
Entre poros,
Não reconhece seus olhos.
Uma história velha conhecida,
E de alguém que nunca ouviu falar,
Por um momento viu nela,
Naquela que teve medo de ser.
Hoje só vive e desenha o que não pode viver.