Noite
A outra margem se dissolve
No assovio dos lábios trevais
A paisagem é vencida pelas brumas.
A boca da noite mastigando ossos de luz,
A migalha agônica que sobrou do jantar:
O queijo e o mofo, o vinho amargo,
O gozo que se desfaz...
A solidão, o rancor e o adeus
Iscas, mascaradas de peitos pernas, órgãos genitais...
No altar da noite
Teias e fios prata de lua.
Janaina Cruz