Fúria
Conflitos são a tertúlia da noite macabra...
Gritos de horror eclodem na madrugada densa,
Trovões abrem catacumbas na ventania intensa
E corpos nauseabundos desfilam na escuridão opaca...
Mortalhas em voos rasantes espalham medos
E esqueletos banguelos destelham habitações do silêncio,
No uivo dos lobos apaga-se o último incenso
Para que o odor dos moribundos consuma todos os desejos.
Chuvas torrenciais produzem pântanos movediços
Onde se jogam velas coloridas eivadas de feitiço
Que o bacanal fúnebre no ritual concertou...
Portas e portões se chocam no risco dos relâmpagos
E amaciados no terror desvendam-se segredos dos âmagos
Que sequestraram da vida mananciais de amor!