CINCUNCISÃO DA ALMA

A lembrança é a chama de uma vela acesa que nunca se apaga...

E ouve um dia em que a tirania

Virou esta tal de poesia

Clamava nos olhos a verdade

E esta deidade era irmã da maldade

Rios de ódios clamavam pérfidos

Era a rotina dos imbecis

Eis que mais tarde intrépidos

Viravam o pó dos ventos pueris

Não tinha outro jeito

Os que nos envenenavam

Também estavam presos carcomidos no leito

Não podemos chama-los de gênios se eles também se mutilavam

Não tinham amor pela humanidade

Nem tampouco acreditavam em Deus

A lágrima é a esmola da humildade

No berço dos escarnecedores há um Judas beijando o ateu

O amor é prata da casa

Ninguém ao desamor se prende

Mais vale o cetro do que as asas

Para se pensar na morte sempre a luz dos olhos se acende

Não tente esconder-se nas sombras

Terás que sair dela como a árvore da raiz

A grande prostituta tomba

E mostra suas unhas frágeis que caem dos dedos da meretriz

Sentirão nossa falta como pegadas na areia, morrer é circunsição

É caixão que todos põem a mão é arrastão cicatriza a dor e as lágrimas Do mar interior logo nossas carnes dentro deles incólumes se apagarão.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 02/08/2012
Reeditado em 02/08/2012
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