Bom Dia, Vida!


A névoa fria e úmida em gotículas
Grudava a manhã nos altos muros
E os raios sonolentos do Rei  Sol
Iam revelando meus escuros.

"Bom dia, vida," a alma disse,
Tremida voz de tom soturno
No galho, pouso de passarinho
Um fio de noite preso no bico.

Caiu de sobre a flor gota de orvalho
Lembrança úmida da noite fria
Que ficou presa em um relicário
Na lua crescente, pendurada.

Um raio de sol se fez estrada
Trazendo o dia nos seus ombros
Daquela noite, ficou um talho
Que verte sonhos em minha fronte...



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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 27/07/2012
Reeditado em 16/06/2020
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