PURA FASCINAÇÃO
Fecham-se meus olhos...
Sou suavemente violentada
Por fleches de notas multicolores,
A contenção do não se manifesta
Em sons, cores, e sabores...
Transpondo-se a contiguidade do sim e do não
O som delega-me o deleite
Que me faz carícias na inquietação...
Abrem-se os olhos...
Ao buscar a fonte de tanta fascinação
Tenho uma alma que é devaneio
E outra que é razão...
Ao provar do indizível,
Cantos escuros convidam-me ao conhecer
Bebo uma inebriante luz
Transponho o nevoeiro do ainda não ser...
Entrego-me nua
Então nascem tons nunca antes vistos
Da fusão da minha cor verdadeira,com a tua...
Ao tocar um grito que habitava a imaterialização
Num acender e apagar de luzes
Fecunda-me teu esperma da criação
Tudo o que antes fora quimera é pura realização...