COMO UM SIMPLES GRÃO DE AREIA
Raimundo Alberto
Eu queria ser um grão de areia...
Amortecer o impacto das quedas ou das pisadas...
Queria abraçar-me no rabo da sereia
Ou em alguma das pessoas molhadas
Que passam pelo meu caminho
Para lhes doar um pouco do meu carinho!
Sim, a humildade e a discrição formam o meu tônico!
Quem vê a areia, pensa nas dunas e não num grão único!
Não, não quero ser o grão de areia que cai em alguma vista
E provoca o surgimento de lágrimas...
Para mim é uma grande conquista
Se de mim ninguém tiver mágoas!
Não, não quero ser notado e valorizado como aquele grão
Que penetrou numa ostra numa certa ocasião
E tornou-se uma linda pérola!
Com a pequenez de uma célula
Somente assim é possível chamar a atenção!
Também não quero ser considerado uma poeira
Que suja o piso ou os móveis de alguma casa...
Não quero viver só de brincadeira
E viver voando quando o vento me dá asa!
Sabe qual seria o meu consolo?
Seria fazer parte de algum tijolo
E ser útil na construção de uma escola, hospital ou igreja.
Sim, é isso que meu coração mais deseja!
Quem realmente é importante, não dispõe de tempo para sentir orgulho!
Sou um grão de areia tão forte quanto o pedregulho
Pois tenho a certeza de que DEUS no Seu amor sem fim
Entra em todos os corações
E não esquece de nenhum dos quintilhões
De grãos iguais a mim!