P O E T Í T E S E..

Minha poesia não tem forma.

Sou rebelde, sou antítese.

Produto de emoções,

as mais vagas sensações libero;

por mais repentinas, que me contruam;

por mais amorfas, que me revelem,

livres, espontâneas...

os mais inusitados caminhos

ilimitados da criação!

Pois sou o poeta do instante;

do distante, do êxodo e do assombro...

Sou um artista selvagem,

impuro, maduro, que sente..

a veia táctil dançando,

na via láctea da mente.

Minha rima cai, de repente,

vadia, no meio do verso...

e despida, nua, assim se irradia.

Perdoem-me os vates vulgares,

príncipes narcisos das próprias poesias,

subordinados malditos da desdita métrica...

Sou dela o assassino mais frio;

o calculista carrasco mais sombrio,

porque a mato todos os dias em meus versos..

E se pareço um louco, insano, pervertido,´

é porque você, leitor, como eu, é mais um descrente

deste pouco inédito e intratável mundo divertido!

(Tadeu Paulo - 06/1985)