DEVANEIO...
(foto – colagem do autor)
VOU CAMINHANDO, E NA TRILHA QUE FAÇO,
ME VEJO ENTRE TRÊS DISTINTOS PLANOS;
À FRENTE UM ENEVOADO CENÁRIO, EM QUE
ENTRECHOCAM-SE AS INTERROGAÇÕES DO FUTURO.
VOLTO PARA TRÁS O OLHAR E ME DEPARO
COM PAINEL MULTICOR , CRIAÇÃO ABSTRATA.
MIL RECORDAÇÕES ALEATORIAMENTE TECIDAS
ONDE, EM RASGOS DE LUZ, AVULTAM UMAS,
ESMAECEM OUTRAS, MAS NÃO MORREM.
A CADA PASSO DADO, DESPRENDEM-SE DE MIM
FARRAPOS D’ALMA, E SE FUNDEM AO MOSAICO
QUE, GRAVE E SOTURNO, ME ACOMPANHA.
ACIMA DE MIM, QUAL CLARABOIA CELESTE,
UMA NESGA DE AZUL IMACULADO E BELO,
O PORVIR, MESMO TENUAMENTE, ALUMIA,
DEIXANDO-ME ANTEVER OS VERDES TRAÇOS,
DA IMORREDOURA E FUGIDIA ESPERANÇA,
QUE VAI À MINHA FRENTE, SEMPRE DISTANTE,
LEVADA, TALVEZ, PELOS MEUS PRÓPRIOS PASSOS.
AO MEU LADO DESFILAM SOMBRAS ESCURAS,
INDISTINTAS, QUE ME ULTRAPASSAM E SE DESFAZEM
NA BRUMA DO TEMPO, PROCURANDO RESPOSTAS
ÀS INCÓGNITAS DO FUTURO, PERSEGUINDO VEREDAS...
NO MEU SOLITÁRIO CAMINHAR, ABSORTO, LOUCO,
EM ETERNA DÚVIDA QUE ATORMENTA E FERE,
PROCURO UMA VISÃO QUE ME NORTEIE,
QUE ME LEVE, ENFIM, A UM CLARO ALBOR,
MAS, A CADA PASSO QUE DOU, LEVO COMIGO,
ALÉM DA INCERTEZA DO AMANHÃ, QUE ME MAGOA,
UMA ENORME SAUDADE DO PASSADO.
(não deixe de ler o colega Ayres Koerig)