Pólens
Quando se rompe a crisálida, as palavras emergem, abrindo suas asas
Voa então o lirismo, em suas nuas nuances, por vilas e casas
Etérea polinizadora, é a poesia, em seu incessante e precioso professar
Decerto, que é nela que expurgamos, amamos e podemos nos confessar
Mas o que seria do jardim, sem o leve toque que transforma e germina
Seria paisagem desértica, espinho pontiagudo, ausência de ouro em mina
Mesmo quando palavra muda, propaga, exala e nos soa fascinante
Eis que é a mais nobre riqueza, sentir projetado, lapidado diamante