NADA ACALMA


As horas da alma
São aquelas intensas
Imensas
Onde espinhos e flores
Dedilham espaços
Num mesmo compasso.

Faz tempo que a alma
Perdeu sua calma
E quebrou do relógio
Os ponteiros
Segue ela, vagando 
De léu em léu
Em busca de um céu.

Por ora a alma
Só conhece o umbral
Vaga por lá
Sem saber 
Quanto tempo está
Conhece de perto a dor
Do desamor.

Asila na essência
A vontade de ir em frente
Em busca das horas de luz
Mas, a sua volta
Somente momentos
Eternos de sombra
Que a reduz.

Segue sem rumo, a alma
Num ritmo que 
Nada acalma.

Gravado em seu
Perispírito 
Ações e sensações
Vividas
Em horas vazias,
Ou cheias
De pura fantasia.

Com ânsia, a alma
Busca apagar 
O que tatuou
Na essência do seu sentir
Mas resignada 
Hoje sabe
Que somente 
Plantando uma flor 
No lugar de cada 
Espinho que fincou
Poderá encontrar
A serenidade



(Foto da autora- Nunca havia visto um relógio do lado de fora de casa - Williamsburg)



Lenapena
Enviado por Lenapena em 24/06/2012
Reeditado em 24/06/2012
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