Os Gritos do nosso Silêncio
O Fundo de cada sentimento
Leva a abismos que nem os pensamentos conseguem sondar.
Há um mar de ideias cósmicas que brame em mim,
Nesta noite que ofusca a nitidez das retinas;
Há um mar de insatisfações que nunca repousam no luar da alma,
Mas tu choras a ausência de querer ser amada de novo.
Todos os poentes e auroras se deitam no tabernáculo de meu íntimo,
A necessidade de gritar que não necessitamos gritar.
Tuas opiniões ignotas riem do teu opinar,
E este bucólico hedonismo de teatrizar quem somos para se ser aceito.
Há relâmpagos que habitam as densas nuvens de dor de tua alma,
Um grito quer silenciar as entranhas de nossa solidão,
Mas sempre somos os erros isolados e mútuos
Que assassinaram, assassinam, e assassinarão a própria auto-história.
Os cacos dos espelhos devoram no chão a Esperança das crianças leucêmicas,
A Borboleta no quintal permanece presa na teia darwinista,
Contudo se todos os loucos possuem, afirmam e vivenciam suas certezas,
Não será a humanidade mais insana ainda com seus gestos comportamentais etiquetados?
(Depressão é moda e vende milhões!
Sem a Violência, quem o homem seria?!)
Todas as Soluções das aporéticas incógnitas resolvidas
E diluídas na bílis de nossas dissoluções;
[Talvez se inebriar em nostalgias abra uma porta de luz...]
Há uma estranha voz da alma
Que afaga o meu corpo com escárnios.
Há infinitos Logos (antes do verbo ser carne)
inexistentes tentando gramatizar os vernáculos do meu Pensar.
Gilliard Alves