NOTURNO


Nao, não sou eu quem esmaga as flores
quando um raio de sol lhes dá a vida.
Nem  sou aquela  que vive numa torre
relendo a mesma carta esvanecida.

Tampouco deixei o ninho ao abandono,
sequer saí ao vento pra brincar.
O amor que respira só no sonho
deixa a vida pra depois  pra não chorar.

Fui somente uma estrela desatenta
espiando o mundo em noite de tormenta
querendo por si só fazer bonito.

Mas só se fez o adeus, o ninho ficou mudo.
As nuvens se fecharam para tudo
e a estrela retornou ao infinito.




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